O clima exerce um impacto significativo no setor do agronegócio, com as variações de temperatura, precipitação e outros padrões climáticos afetando diretamente a produção de culturas. O calor extremo, o frio intenso e eventos climáticos extremos podem reduzir os rendimentos, aumentar os custos e impactar a lucratividade. Além disso, um fenômeno climático de grande relevância é o El Niño, caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico, trazendo desafios adicionais para a agricultura em diferentes regiões do Brasil.

Por exemplo, a fase positiva do El Niño tipicamente faz com que a Região Sul enfrente um aumento na frequência e intensidade das chuvas, que podem afetar culturas como arroz e soja, além de possíveis danos à infraestrutura agrícola. Enquanto isso, o Sudeste pode passar por períodos de estiagem, expondo a produção de café, cana-de-açúcar e citros a riscos. O Nordeste, já normalmente sujeito a secas, pode experimentar redução de chuvas, impactando a agricultura de subsistência e a segurança alimentar. O Centro-Oeste pode sofrer com temperaturas mais altas, causando estresse e pragas às culturas de milho e soja.

Figura 1 – Previsão de anomalia de precipitação para agosto/24 e anomalias de precipitação observada no mesmo período do ano anterior. 

Como mencionado pelos órgãos de meteorologia, já estamos vivenciando as influências do El Niño. A previsão do sistema MIA para o início da estação chuvosa é que as chuvas sejam acima da média climatológica para a região Sul e parte do Nordeste do País (Figura 1a). De acordo com os modelos, é possível observar um aumento significativo das influências do fenômeno El Niño na região Sul do país, evidenciado pelas simulações que sugerem valores de chuva acima da média climatológica, entre 2 e 3 mm/dia (Figura 1a).

Outro fator de influência das chuvas no Sul pode se dar pela  comparação entre os valores de anomalia no mesmo período do ano anterior, quando ainda estávamos sob influência do La Niña. Em novembro de 2023, as chuvas estavam abaixo da climatologia ( aproximadamente 5 mm/dia) em grande parte da região Sul  (Figura 1b). Contudo, o setor do agro deve ficar atento a este volume de chuvas acima da média, que pode vir também com tempestades intensas e ventos fortes, fazendo com que áreas e produtividades sensíveis a intempéries climáticas sejam afetadas. 

Outro ponto importante a ser destacado é o início da estação chuvosa no Nordeste do país, que deverá ser de menor intensidade do que no ano passado. O modelo MIA está prevendo valores de anomalias de chuva próximos a climatologia para o estado da Bahia e anomalias negativas para o Espírito Santo, padrão contrário ao que foi registrado no mesmo mês do ano anterior. 

Para mitigar e se adaptar ao impacto do clima e do El Niño no setor agrícola, faz-se necessário adotar estratégias como o cultivo de culturas mais resistentes às variações climáticas, a implementação de técnicas de irrigação eficientes e o monitoramento constante dos padrões climáticos. 

Os modelos de IA já tem auxiliado as empresas do setor agro para garantir a sustentabilidade de longo prazo , e são cada vez mais importantes para compreender a complexa relação entre clima, El Niño e produção de alimentos. Ao utilizar a tecnologia, informações climáticas e práticas sustentáveis, o setor do agronegócio pode navegar por esses desafios e cultivar a resiliência, contribuindo para o futuro da agricultura.

Quer receber informações sobre a previsão climática para os próximos meses na sua região? Entre em contato com sales@meteoia.com